Setor Habitacional QNR-06

CEILÂNCIA, DISTRITO FEDERAL

Proposta elaborada para o Concurso Público Nacional de Projetos de Urbanismo e Arquitetura para o Setor Habitacional QNR 06, na Região Administrativa de Ceilândia – RA IX.

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Habitações econômicas, com estrutura modular simples, com espaços qualificados, que aproveitem ao máximo a ventilação e iluminação natural em todos os ambientes; edifícios adequados à escala humana, que aproveitem da melhor forma as condicionantes naturais do terreno, são premissas básicas quando o anseio projetual é criar comunidades urbanas.

Os 28,58ha de área do terreno, objeto do concurso, seguido do terreno adjacente, também desocupado, atuam como uma fenda urbana, separando uma região residencial, adensada de casas unifamiliares e de rendilhado urbano fracionado; e outra esparsa, de grandes lotes, com característica comercial e industrial predominante. O intento do projeto urbanístico proposto é comunicar estas regiões, graduando a transição entre as particularidades dos setores; sem perder, no entanto, a identidade especifica da localidade em questão. No sentido sul-norte, seguindo a diretriz viária do setor industrial, foi criado um cinturão verde, nas cotas mais baixas do lote, amortizador do fluxo das industrias locadas na extremidade do terreno, e servindo de coletor e bacia natural de águas pluviais. Outra grande diretriz viária, imposta pelas condicionantes locais e pelo edital, interligando ruas não alinhadas entre os maciços de urbanização já estabelecidos, possibilitou a criação de uma centralidade regional peatonal, que reforça a identidade coletiva da região criando espaços de lazer e áreas verdes, e condensa térreos comerciais e de serviços em edifícios de usos mistos, induzindo e conduzindo a ligação entre as vocações dos loteamentos consolidados.

Os equipamentos de infraestruturas urbanas públicas (EPCs) e as áreas destinadas ao comércio varejista e de indústria de baixo impacto, foram locados em um cinturão de lotes, separando o centro do empreendimento, prioritariamente residencial, do perímetro mais próximo dos usos industriais. Estes equipamentos estão locados para servir tanto ao empreendimento proposto quanto às habitações existentes e as implantadas futuramente no terreno desocupado adjacente.

No cerne físico e como núcleo conceitual do empreendimento proposto estão as comunidades urbanas. Dentro das quadras, lotes de edifícios conformam pátio comuns onde são instalados mini equipamentos comunitários (pátios, jardins, hortas), ao lado de áreas de lazer condominial, ocupando uma unidade térrea de um conjunto habitacional. Servindo as grandes quadras espaços maiores de lazer, com cancha de esportes, parquinho infantil e espaço de estar. O circulo social dos moradores, assim, pela gradação de espaços, pode ser fortalecido concentricamente- espaços para o lazer e união da micro comunidade condominial; espaços de lazer entre quadras, abrangendo maior quantidade de pessoas, ainda em escala local; por fim, as praças conformadas pelas diretrizes viárias, maiores e de estruturação regional, que pretende fortalecer o vínculo de identidade de toda comunidade afetada pelo empreendimento.

ADAPTABILIDADE, DIVERSIDADE E DINÂMICA URBANA

O projeto prevê três módulos de apartamentos que podem ser executados em até quatro pavimentos e um modulo assobradado. Os módulos de habitação variam de um a três quartos e possuem seus acessos próximos aos acessos dos apartamentos vizinhos, aproximando as relações e a visibilidade com o próximo, mas sem que seja perdida a privacidade de cada moradia. A construção em módulos possibilita diversas tipologias que podem atender diferentes famílias e situações; além de viabilizar uma implantação mais orgânica, onde é possível executar diferentes soluções através da variação de combinações dos módulos. A fachada é composta por venezianas, cobogós e brises metálicos móveis que possibilitam a diversidade de arranjos e visuais tanto em suas diferentes disposições quanto em contraste com os acabamentos externos escolhidos por cada conjunto de apartamentos ou famílias, que podem variar do bloco à vista até o emboço, reboco e pintura, trazendo identidade visual a cada composto de módulos. As unidades são adaptáveis e 5% (63 unidades) do total proposto já atendem moradores portadores de necessidades especiais.

CONFORTO AMBIENTAL E DESEMPENHO DA EDIFICAÇÃO

A disposição das plantas possibilita diferentes perspectivas da paisagem uma vez que possuem aberturas para as duas fachadas opostas, proporcionando a circulação natural do ar através da ventilação cruzada. Como se trata de habitação de interesse social, foram considerados sistemas – tanto construtivos quanto de captação de água e energia solar- com baixo custo de manutenção e construção, além de estratégias de conforto passíveis, que envolvem também o sombreamento das fachadas através dos brises e da projeção das varandas. A mistura de fechamentos translúcidos com painéis e mecanismos de circulação natural de ar regula tanto a performance térmica das edificações quanto a proteção solar – gerando um aproveitamento ideal de luz natural. Além disso é proposto o reuso da água da chuva através da captação nas amplas áreas de cobertura; essa água é filtrada e armazenada em cisternas e pode ser usada posteriormente na irrigação, limpeza de áreas comuns e nos sanitários dos apartamentos e edificações de uso misto.

LOCAL
Região Administrativa de Ceilândia, DF
ANO
2018
STATUS
Concurso de projetos
PROMOÇÃO E ORGANIZAÇÃO
Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal – CODHAB/DF
ARQUITETOS RESPONSÁVEIS
Isabela Maria Fiori, Luiz Gustavo Grochoski Singeski.
ESTAGIÁRIOS DE ARQUITETURA
Aline Marafigo, Camila Esturilho, Katrin Libert.

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